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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DE SÃO PAULO

12/06/2007 - Autor

Novidades do Boletim Epidemiológico do Estado de São Paulo

Novidades do Boletim Epidemiológico do Estado de São Paulo (Ano XXV N° 1, 2006). [Versão integral disponível em www.crt.saude.sp.gov.br]

A seguir selecionamos trechos do Boletim que achamos de relevância, para estímulo de sua leitura direta.
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Mortalidade por Aids no Estado de São Paulo (ESP)
O ano de maior coeficiente de mortalidade por Aids no ESP foi o de 1995, com 22,9 óbitos por 100.000 habitantes. Desde então, o coeficiente vem decrescendo até 2004, quando chegou a 8,47. Em 2005 houve um pequeno aumento, passando a 8,72 óbitos por 100.000 habitantes, correspondendo a 3485 casos. Este aumento já tem sido observado nos demais estados do país há cerca de três anos. Verifica-se que as Direções Regionais de Saúde com maior aumento de casos absolutos de 2004 para 2005 foram Santos, Taubaté, Sorocaba e Bauru. A Capital se manteve estável.

Tendência da Escolaridade na epidemia de AIDS no ESP
O estudo analisa a escolaridade dos casos notificados de Aids em pessoas com 19 anos ou mais, de 1993 até 2003.
Durante o período, houve manutenção na proporção de homens (2,4% do total) e mulheres (3,9% do total) com nenhuma escolaridade. A proporção também aumentou para ambos os sexos de 1 a 3 anos de escolaridade até 1999, com queda importante posteriormente. Já para as pessoas com escolaridade de 4 a 7 anos e com 8 a 11 anos a proporção aumenta até o final do período.
Entre os homens, desde 1997 cai o número de casos em todas as faixas de escolaridade, com exceção da faixa de 8 a 11 anos que apresenta um leve e constante crescimento. Discriminado por categoria de exposição, os HSH [gays e homens que fazem sexo com outros homens] apresentam as menores proporções de analfabetos e as maiores de indivíduos com 12 anos ou mais de estudo, comparados com os heterossexuais e os UDI (usuário de droga injetável) de ambos os sexos. As faixas predominantes para HSH foram as de 8 a 11 anos de escolaridade, heterossexuais 4 a 7 anos e UDI um a 3 anos.
Em mulheres, aumentam os casos em todas as faixas de escolaridade até 1998. Depois há uma queda importante para a faixa de 1 a 3 anos e uma estabilização para as faixas de 4 a 7 anos e nenhuma escolaridade. Para a faixa de 8 a 11 anos há um crescimento pronunciado, e um levíssimo crescimento na faixa de 12 anos ou mais.
Como na ficha de notificação de Aids não há informação sobre a renda do indivíduo, a escolaridade foi utilizada como indicador de condição sócio-econômica.
O aumento de casos entre pacientes com baixa escolaridade coincide com o período de predomínio dos UDI. No início dos anos 90, a proporção de pessoas com primeiro grau completo e incompleto cresce entre os casos masculinos notificados principalmente por causa do aumento de casos em UDI, uma parcela menos privilegiada da população do ponto de vista sócio-econômico. A proporção de indivíduos com 12 anos ou mais de escolaridade se mantêm relativamente constante ao longo dos anos para os heterossexuais.
Também esta pauperização foi um fato que se observou na população masculina, mas não na feminina.
É importante ressaltar este fato, pois o discurso de pauperização da epidemia dava aos indivíduos com maior nível de escolaridade e sócio-econômico uma falsa sensação de distanciamento da doença. Porém, o discurso da pauperização da epidemia, concluem os autores, não se sustenta para o perfil atual de escolaridade. Diante desta observação, expressam, que surgem duas hipóteses:
1. a escolaridade pode não ser um bom indicador do nível sócio-econômico no campo da Aids, ou
2. se ela continuar sendo um bom indicador, será necessário rever o discurso de pauperização da epidemia.

(*) Jorge Beloqui é secretário do GIV – Grupo de Incentivo à Vida, membro da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids – ABIA, e representante de Vacinas da RNP+.
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