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ENONG 2007

06/11/2007 - Agência Aids

Movimento está no fim de um ciclo

MOVIMENTO DE AIDS ESTÁ NO FIM DE UM CICLO’, DIZ ATIVISTA NO ENONG 2007

“O Enong nos obriga a olhar para si mesmos. Chegou o fim do ciclo do ativismo. Aquele de denúncia dos anos 90. Talvez, nesta terceira década seja o ativismo de manutenção, sem grandes retrocessos e virou uma coisa banalizada”, criticou.

Para ele, o principal problema do movimento é a falta de espaços próprios para o movimento de Aids, sem depender do governo e, também, a dependência de verbas do poder público para a sobrevivência das instituições e realizações de projetos. “O movimento é valorizado sim (pelo Programa Nacional), mas como componente (dele) e não como uma manifestação autônoma”, declarou.

Antes da realização do Enong, a comissão organizadora antiga, o Fórum de ONG/Aids de Goiás, cancelou o evento e gerou estresse em ativistas do país inteiro. Eles formaram uma nova organização e montaram a estrutura do evento em três dias, incluindo o feriado de finados no último dia 2.

“Temos crises de pessoal, falta de condições. Estamos envelhecendo e não vejo nossos quadros serem repostos. Nossos melhores ativistas foram para o Programa, considero isso legítimo, mas ficamos desfalcados. O modelo de financiamento está em falência. Nós prestamos serviços, executando projetos (de governo)”, disse Scheffer.

“Virou banal a causa Aids. Trinta mortes por dia são registradas no Brasil e não é manchete de jornal, porque essas pessoas morrem de Aids. Se fosse um acidente que matasse 10 pessoas, seria diferente”, exemplificou.

Ao final, o ativista foi aplaudido de pé pelo público que acompanha o Enong 2007.

Representações

O Enong desta Segunda também foi marcado por discussões sobre representações do movimento Aids em diversos programas como o Unaids, Fórum Mercosul, Conselho Nacional de Saúde, entre outros.

Um dos principais pontos foi a discussão de participação em programas internacionais, como o UNGASS - sigla para Assembléia Geral da ONU, que regularmente promove sessões para tratar do tema da Aids.

“Precisamos nos apropriar melhor sobre esse evento para monitorar mais e evitar que o governo brasileiro apresente algo fora do padrão. Temos pouca participação da América Latina”, contou José Carlos Veloso, presidente do Gapa de São Paulo.