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PROGRAMA BRASILEIRO DE LUTA CONTRA AIDS

13/11/2007 - EFE

Estudo revela sucesso econômico do Brasil na luta contra a Aids

A compra de drogas contra a Aids de laboratórios multinacionais e a produção local de remédios representou para o Brasil uma economia de cerca de US$ 1 bilhão, revelou hoje um estudo divulgado pela revista "PLoS Medicine".

No entanto, a pesquisa de especialistas da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard alertou que o custo da luta contra a doença aumentará nos próximos anos.

"Embora tenha economizado grandes somas ao negociar com as empresas farmacêuticas, o Brasil enfrenta grandes desafios devido ao crescente custo de proporcionar acesso universal ao tratamento contra a aids", disse Amy Nunn, ex-pesquisadora da Escola de Saúde Pública, que coordenou o estudo.

Em 1996, o Brasil se tornou o primeiro país em desenvolvimento do mundo a se comprometer com o acesso gratuito e universal aos remédios contra a Aids. Desde então, o programa, que até 2006 tinha proporcionado tratamento a 180 mil brasileiros, se transformou num modelo para outros países.

Segundo os especialistas da Escola de Saúde Pública, o custo dos tratamentos anti-retrovirais altamente ativos (HAART, em inglês) duplicaram nos últimos anos no Brasil. O aumento reflete o fato de que mais pessoas iniciaram o tratamento e de que os soropositivos vivem mais tempo.

Além disso, o acesso fica mais caro e complexo à medida que as pessoas desenvolvem resistência aos remédios.

Segundo Nunn, a experiência brasileira poderia se repetir em outros países em desenvolvimento. Para ela, se a comunidade global quiser proporcionar um tratamento de alta qualidade às pessoas infectadas com o vírus HIV, "será preciso mobilizar muito mais recursos".