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PEDIDO DE ESCLARECIMENTOS

01/12/2007 - GIV

Números do Boletim Epidemiológico 2007

Ilma. Dra. Mariângela Simão
Coordenadora do PN-DST-AIDS
Brasília

Prezada Dra. Simão,

Chama a atenção, na nota divulgada pelo PN-DST-AIDS em 21/11/2007, a comparação dos casos de AIDS entre 2002 e 2006. Não é evidente o embasamento técnico que permite a comparação entre os casos de AIDS de 2002 e 2006 por duas razões: todos sabemos que o atraso de notificação impede levar em conta os casos de 2006 com dados fechados em junho de 2007 (ver por exemplo Boletim CRT-AIDS do Estado de São Paulo de outubro de 2005, que fala de dois anos de atraso). O próprio Boletim epidemiológico on line (com dados fechados em 30/06/07) coloca os dados de 2006 como preliminares. Por outro lado, os casos de AIDS no Brasil ocorridos no ano 2002 são um exemplo de atraso de notificação. Com efeito, os casos de 2002 segundo o Boletim epidemiológico de dezembro de 2006 (dados fechados em 30/06/2006, Tabela I pg 30) eram 33.865, mas os casos de 2002 segundo o Boletim epidemiológico que acaba de ser lançado (dados fechados em 30/06/2007, edição online, TabelaI) eram 38.816, acrescentando assim 4951 casos ao ano de 2002 entre 2006 e 2007. Estes dados, se verdadeiros, mostram um atraso de 4 anos para um adicional de 14,6% de casos.

Assim, solicitamos do PN-DST-AIDS informações sobre o embasamento técnico que permite realizar comparações:

1. entre os casos de AIDS em 2002 e os casos correspondentes aos anos seguintes, se 14,6% dos casos de 2002 apareceram entre 1/07/2006 a 30/06/2007;

2. em especial entre os casos de AIDS de 2002 e os casos de AIDS de 2006, que o Boletim Epidemiológico qualifica como preliminares.

Dada sua relevância, sugerimos que este ponto seja objeto de um comentário central no Boletim Epidemiológico.

Quanto às taxas de mortalidade por AIDS dentro do ano de diagnóstico, desconhecemos os dados do PN porque eles - na pg. do PN - estiveram (e estão) "Em atualização" todo este ano.

Assim, não foi possível realizar os cruzamentos dos dados de óbito do PN Já o PE SP e o PM SP tem estes dados nas suas pgs. e o cruzamento é muito simples de realizar.

Pode haver discrepâncias entre os bancos de dados do PN e do PE de SP, como também entre os sistemas de notificação de óbitos do SIM e SEADE. Mas no caso da nota do PN de 21/11/07 pensamos que estas discrepâncias devem ser muito grandes para calcular – para a região SE - somente 3,5% de mortes por AIDS no próprio ano de diagnóstico, e 90% de PVHA vivas após cinco anos para os diagnosticados no ano 2000! Com efeito, consideremos os dados do Estado de SP correspondentes a óbitos no mesmo ano de diagnóstico. No Estado de SP (dados de 30/06/06, consultado em 28/11/07) observamos:

2103 pessoas foram diagnosticadas e morreram de AIDS em 2000, e segundo os dados do PE houve 9615 casos de AIDS nesse ano, o que dá uma proporção de 21,8%. Os dados de casos de AIDS do Boletim Epidemiológico online (casos fechados em 30/06/2007) são 11070, o que dá uma proporção de 19%. Portanto não é possível termos 90% de PVHA diagnosticadas em 2000 vivas após cinco anos no Estado de São Paulo. Observamos que ainda devemos acrescentar as pessoas diagnosticadas em 2000 e falecidas nos anos seguintes. É claro que como a nota do PN-DST-AIDS refere-se à região SE e não ao Estado de SP, a diferença entre a situação de SP e a região NE pode ser compensada pelos dados dos outros três estados da região (ES, MG e RJ)

Portanto solicitamos ao PN-DST-AIDS:

3. a divulgação dos dados de óbitos no mesmo ano de diagnóstico para o ano de 2000 nos 4 estados da região;

4. a divulgação dos dados de diagnosticados em 2000 e falecidos até cinco anos depois nos 4 estados da região.

Finalmente, desejamos salientar que a finalidade destas solicitações é o de ter um quadro preciso da situação da AIDS no país.

Atenciosamente,


Diretoria GIV