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IV ERONG

07/09/2009 - Agência Aids

Erong discute relações entre aids, crack e pobreza

O atendimento a portadores de HIV/aids de baixa renda e/ou usuários de crack ainda é um desafio. Esta é uma das conclusões da discussão sobre aids, crack e pobreza realizada no segundo dia do Erong (Encontro Regional de ONG/Aids Sudeste). O evento segue até amanhã (dia 7) em Ribeirão Preto.

A coordenadora do Grupo Solidariedade MG, Maria Lúcia Antônio, disse que em Minas as unidades de saúde são insensíveis no atendimento aos portadores de HIV usuários de droga. “Muitas vezes não há médicos e o acolhimento é feito por profissionais que desconhecem a complexidade do uso simultânero de antirretrovirais e uma droga como o crack”.

Segundo Maria Lúcia, uma pesquisa apontou que 70% das pessoas atendidas na instituição - que tem como foco portadores de HIV/aids -utilizam drogas, sejam lícitas ou ilícitas. A porcentagem de usuários de craque é de 15%. Os dados fazem com que o mau atendimento público citado por ela se torne ainda mais preocupante.

A representante do Cedaps (Centro de Promoção da Saúde) do Rio de Janeiro, Kátia Edmundo, explicou que não existe associação direta entre pobreza e aids. “Há um conjunto de elementos que influenciam nas vulnerabilidades ao HIV”, disse.

Alguns dos fatores destacados por ela foram a falta de informação; o racismo, que afeta a auto-estima de quem sofre a discriminação; o machismo; e a violência urbana, que influi na expectativa de vida e, consequentemente, nos cuidados com a saúde.

Para Kátia, as ações de prevenção precisam ser intersetoriais e responder a todas essas demandas. “Além disso, quando se fala em pobreza e aids é preciso que os movimentos populares tenham espaço efetivo de participação, já que eles têm algumas respostas para as dificuldades da realidade em que vivem”.