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A AIDS E DUAS EUROPAS

21/07/2010 - Reuters

OMS critica disparidade do combate ao HIV dentro da Europa

As enormes disparidades entre a Europa Ocidental e o Leste Europeu no combate ao vírus da Aids indicam que a crise do HIV no continente está longe de acabar, denunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira.

A agência da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que as taxas em rápido crescimento de novas infecções pelo HIV em países como Ucrânia, Moldávia, Estônia e Letônia indicam que a região como um todo abriga agora a epidemia que mais cresce no mundo.

"Enquanto a epidemia de HIV na Europa Ocidental está, com algumas exceções, no geral se estabilizando, em muitos países da Europa do Leste, ela está totalmente fora de controle", disse Andrew Ball, do departamento de HIV/Aids da OMS, numa conferência internacional sobre Aids em Viena.

"A taxa de crescimento de novas infecções pelo HIV na Europa é atualmente a mais alta do mundo."

A maior parte do aumento deve-se à disseminação do vírus entre os usuários de drogas injetáveis em países como Rússia e Ucrânia, onde os viciados são frequentemente estigmatizados e têm acesso limitado ao tratamento ou a informações sobre o HIV.

O vírus da imunodeficiência humana (HIV) que causa a Aids dissemina-se no sangue, no leite materno e pode ser transmitido pelo sexo ou por usuários de drogas que compartilham agulhas usadas.

Na região europeia da OMS, que abrange cerca de 50 países da Europa Ocidental e Oriental, havia mais de 1,2 milhão de casos de HIV no fim de 2008, com mais de 100 mil novas infecções naquele ano.

"A crise da Aids na Europa não acabou", disse Martin Donoghoe, o gerente do programa da OMS para HIV/Aids na região.

Ele afirmou que, enquanto o número anual de novos casos de HIV permaneceu relativamente estável em cerca de 20 mil na Europa Ocidental, as taxas subiam no Leste, onde foram registrados 80 mil novos casos em 2008.

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