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SUCESSO EM TRANSPLANTES NA ÃFRICA DO SUL

18/08/2010 - Agência de Notícias da Ai

Transplantes de rins entre portadores do HIV

Transplantes de rins entre portadores do HIV foram bem sucedidos na África do Sul

Quatro portadores do HIV reagiram bem aos transplantes de rins doados por outros soropositivos na África do Sul, segundo artigo publicado recentemente no jornal científico New England Journal of Medicine. Essa novidade no mundo da medicina trouxe grandes expectativas para o desenvolvimento de um banco de doadores de pessoas com o vírus da aids.

Essa é a primeira evidência em todo mundo sobre a segurança de transplantar um rim de um paciente infectado pelo HIV. A preocupação dos médicos era o risco de ocorrer uma reinfecção com algum subtipo do HIV, o que poderia acelerar a progressão do vírus na pessoa transplantada.

Os doentes, três homens e uma mulher, receberam terapêutica imunossupressora para prevenir a rejeição do órgão doado, e um ano depois não tinham ocorrido casos de rejeição.
Apesar de a contagem das células de defesa do organismos, o CD4, se manter abaixo do nível ideal em três dos quatro doentes nos 12 meses seguintes ao transplante (devido à terapêutica imunossupressiva), todos eles mantiveram também uma baixa quantidade de cópias do HIV no sangue. Isso sugere que qualquer vírus que tenha sido transplantado com o rim, não terá efeito no controle da doença.

Os médicos do Hospital Grote Schuur, da Cidade do Cabo, explicaram que será necessário mais investigação para avaliar se as características virais, tais como o sub-tipo do HIV, influenciam o risco de rejeição do órgão ou a própria progressão do vírus.

Eles sugerem que o uso de um potente remédio inibidor da protease aumentaria as probabilidades de suprimir um vírus resistente que seja transplantado com o rim.

Ainda segundo os pesquisadores, os rins de pessoas com HIV podem ser transplantados para outros soropositivos se o rim demonstrar ser saudável na biopsia, se o recipiente tiver boa adesão ao tratamento antirretroviral, carga viral indetectável e evidência de reconstituição imunitária.