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18ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE AIDS

19/08/2010 - GIV

A Feminização da Epidemia de AIDS no Brasil está terminada

A Feminização da Epidemia de AIDS no Brasil está terminada

Beloqui, J.A.
Inst. De Mat. E Estatística (USP); GIV-SP, ABIA, RNP+

Antecedentes: desde 1995 em diante, publicações científicas e o Boletim Epidemiológico Nacional apontaram para a existência de uma fase de feminização na epidemia brasileira de AIDS. Aqui calculamos e comparamos as taxas anuais de incidência de AIDS para homens e mulheres para os anos 1984-2006.
Métodos: usamos os dados do SINAN (Sistema Nacional de Agravos de Notificação) consultados online em 12/09/2009) para os casos de AIDS e as estimativas de da população brasileira por sexo e idade do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Calculamos as incidências anuais para homens (IM) e mulheres (IW), e o risco relativo (RR=IM/IW) para as populações de 15 ou mais anos (RR15) e para as populações de 20 ou mais anos (RR20). Consideramos os anos 1984 a 2006. Ajustamos as curvas por mínimos quadrados para demonstrar a estabilidade dos RR nos últimos anos.
Resultados: as curvas que melhor se ajustaram foram dadas por uma constante mais uma exponencial com expoente negativo. As constantes consideradas foram os níveis mínimos de RR20 e RR15, alcançados em 2005. Eles correspondem a 1,71 casos de AIDS na população masculina por cada caso de AIDS na população feminina para as pessoas de mais de 20 anos. No caso da população de mais de 15 anos o mínimo é de 1,67 casos na população masculina por cada caso na população feminina. No nosso caso, RR20 é aproximadamente F20=1,71+exp(3,58-0,28T) e RR15 é aproximadamente F15=1,67+exp(3,58-0,29T) onde T=ano-1983.
Conclusão: a queda rápida inicial de RR15 e RR20 é seguida por uma estabilização igualmente rápida, mostrada pelo bom ajuste conseguinte para os últimos anos considerados. Com efeito, desde o ano 2000 o valor absoluto do erro anual F20-RR20 é menor do que 0,1 enquanto que de 1996 em diante o valor absoluto do erro anual F15-RR15 é de menos do que 0,2. Há um pequeno aumento de RR15 e de RR20 em 2006. Assim podemos afirmar que a fase de feminização da epidemia de AIDS brasileira está terminada na atualidade. No Brasil, a incidência anual de AIDS foi sempre superior e ainda permanece superior em homens do que em mulheres.
Palavras chave: taxa de incidência, risco relativo, feminização