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LABORATÓRIO EM CASA

01/02/2004 - Revista Veja

Exames domésticos evitam idas inúteis ao médico

Muitos exames antes feitos exclusivamente em laboratórios ou consultórios médicos agora podem ser realizados em casa. Entre os mais recentes, há os que calculam o tempo de coagulação sanguínea, avaliam se uma mulher está entrando na menopausa ou mesmo detectam indícios de câncer de bexiga. Trata-se de um mercado promissor, especialmente nos Estados Unidos. Naquele país, estima-se que esses exames irão movimentar cerca de 4 bilhões de dólares em 2007 – o mesmo valor que a indústria farmacêutica fatura anualmente com a venda de remédios no Brasil.

Na última década, as áreas que mais ganharam destaque na medicina foram as de prevenção e de diagnóstico precoce de doenças. Testes caseiros, além de contribuírem para a detecção de distúrbios ainda incipientes, fazem um bem danado ao sistema de saúde. Isso porque realizam uma triagem prévia, evitando consultas inúteis e ajudando a fazer economia. Uma das maiores novidades é um teste para detecção da clamídia, criado por pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Silenciosa, essa bactéria é responsável pela segunda doença sexualmente transmissível mais comum no Brasil – e uma das principais causas de infertilidade feminina. Espera-se, ainda para este ano, sua aprovação pelo governo inglês.

Foi lançada recentemente uma maquininha capaz de quantificar o nível de coagulação sanguínea com uma única gota de sangue. Medi-lo constantemente é imprescindível para pacientes recém-infartados ou com arritmia cardíaca que precisam tomar comprimidos anticoagulantes. O novo aparelho elimina completamente a necessidade de ir ao laboratório, um alívio para os que precisam fazê-lo todo dia. "Esses recursos são conquistas importantes, que melhoram a qualidade de vida das pessoas", diz o cardiologista Otávio Rizzi Coelho, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Nos Estados Unidos, para que um teste caseiro receba o aval da FDA, a agência americana de controle de remédios e alimentos, é preciso que ele seja tão eficiente quanto o seu correspondente tradicional – o que significa, em geral, um índice de acurácia superior a 95%. Para que o risco de resultados falsos seja o menor possível, o produto também deve dispor de mecanismos que facilitem a identificação de erros durante sua aplicação. Outra exigência é que o fabricante coloque à disposição do consumidor um serviço de atendimento para esclarecer dúvidas e dar orientações