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A AJUDA DA HEPATITE G
06/03/2004 - BBCBrasil.Com
Infecção por hepatite G pode ajudar portadores de HIV, diz estudo
Ser infectado por um tipo de hepatite pode ajudar os portadores do vÃrus HIV a viverem por mais tempo, segundo estudo feito nos Estados Unidos.
Cientistas americanos examinaram dados de 271 homens portadores do vÃrus e que a há 15 anos participam do estudo.
Os cientistas concluÃram que aqueles com hepatite G estavam em melhores condições do que aqueles sem esse vÃrus. Eles tinham menos chances de de desenvolver Aids e de morrer da doença.
Em artigo publicado no New England Journal of Medicine, os cientistas dizem que a descoberta pode levar ao desenvolvimento de novos medicamentos.
'Novo vÃrus'
O vÃrus de hepatite G, o GBV-C, foi descoberto apenas em 1995, e os cientistas ainda estão tentando entender como ele funciona.
Há evidências que sugerem que esse vÃrus não causa danos sérios ao fÃgado.
Estudos indicam que muitas pessoas podem portar esse vÃrus por anos sem jamais apresentar qualquer sintoma.
Um trabalho feito nos Estados Unidos constatou que 1,8% dos doadores de sangue estavam infectados com esse vÃrus.
Um estudo semelhante na Ãfrica do Sul constatou um Ãndice muito maior, pois 11% dos doadores voluntários estavam infectados por esse vÃrus.
Médicos acreditam que o vÃrus pode ser transmitido sexualmente. Entre 15% e 40% dos portadores do vÃrus HIV também têm o vÃrus de hepatite G.
No estudo sobre portadores de HIV publicado pelo New England Journal of Medicine, os pesquisadores constataram que 85% dos homens da mostra tinham hepatite G.
Eles descobriram que os homens pesquisados que não tinham esse vÃrus tinham três vezes mais chances de morrer do que aqueles que tinham o GBV-C.
Os pesquisadores disseram não saber por que a diferença é tão grande. Eles especulam que a hepatite G pode interferir no HIV, retardando seu avanço.
Novas pesquisas serão necessárias, mas os pesquisadores acreditam que os resultados podem melhorar a compreensão do HIV.
Pouco comum
"(O estudo) pode fornecer novas indicações sobre o progresso da doença provocada pelo HIV e identificar novas alternativas de tratamentos ou de vacinas", diz o texto publicado.
Em editorial, o médico Roger Pomerantz, da Universidade Thomas Jefferson, na Filadélfia, analisou os resultados.
"à muito pouco comum encontrar uma interação entre vÃrus que pode ser benéfica a pacientes infectados duplamente", disse.
"Um maior entendimento da interação entre o GBV-C e o HIV pode apontar para terapias que copiam os efeitos clinicamente protetores do GBV-C em pacientes infectados pelo HIV."