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EXPERIÊNCIA DE SUCESSO EM CURITIBA

11/03/2004 - GAZETA DO POVO (PR) -PARA

Transmissão de aids na gravidez é zerada

SAúDE-Programa de prevenção e tratamento de Curitiba vira referência e pode ser adotado em todo o país

Experiência do programa Mãe Curitibana será apresentada hoje e amanhã em Brasília

Curitiba zerou no ano passado a transmissão da aids de mãe para a filho, conhecida como transmissão vertical. Em 1999, esta forma de contágio na cidade era de 9%. A redução foi possível graças à implantação do "Mãe Curitibana". Sua concepção e o indicador favorável podem transformá-lo em iniciativa modelo para projeto similar do Ministério da Saúde de atenção à gestante. Para isso, a experiência do município será apresentada em simpósio nacional sobre aids, que acontece hoje e amanhã, promovido pelo governo federal, em Brasília.
Pelo Mãe Curitibana as gestantes fazem o exame do HIV assim que a gravidez é confirmada. E o tratamento é iniciado automaticamente logo após o diagnóstico, caso ele seja positivo para a presença do vírus. Além da medicação, a mãe recebe gratuitamente aconselhamentos e orientações sobre a importância do aleitamento materno.
O próprio Ministério da Saúde, junto com a Fundação Getúlio Vargas e com a Fundação Ford, já havia premiado anteriormente o "Mãe Curitibana". Ele também foi destaque em encontro reunindo 120 organizações não-governamentais da América Latina, realizado recentemente na Venezuela. E de 17 a 19 de março, novamente o programa servirá como modelo em encontro nacional que reunirá cerca de 600 secretários municipais de saúde.
Tony Reis, presidente do Centro Paranaense de Cidadania, afirma que o zeramento nas transmissões verticais da aids é uma grande vitória no combate à doença. Ele tem esperanças de que, antes mesmo de ser adotado em nível nacional, o governo do Paraná também implante iniciativa similar, com base em projeto do deputado Luciano Ducci, já aprovado na Assembléia Legislativa.
O secretário municipal de Saúde de Curitiba, Michele Caputo Neto, destaca que se o Mãe Curitibana só tivesse conseguido zerar as transmissões verticais do vírus HIV, sua existência já se justificaria. Mas segundo ele, um dos grandes méritos do projeto foi o de criar um vínculo entre o munícípio e a gestante. Aualmente, o programa atende a 97% das gestantes assistidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A iniciativa é também responsável pela redução no nível de mortalidade infantil em Curitiba, que chegou aos números mais baixos da história da cidade. Em 1998, de acordo com o secretário, eram de 16,6 por mil nascidos vivos, baixando para 12,4 por mil nascidos vivos o ano passado.