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TRANSMISSÃO VERTICAL DA AIDS

24/03/2004 - Folha On Line

A redução pela capacitação profissional

A implementação de medidas simples de prevenção e a melhor capacitação de profissionais da saúde ajudariam a reduzir para 2% por ano os casos de transmissão vertical (da mãe para o bebê) do vírus da Aids.
Esta conclusão faz parte de uma pesquisa da Escola de Enfermagem da USP (Universidade de São Paulo). De acordo com o trabalho, na cidade de São Paulo, 86% das crianças de zero a 13 anos portadoras do HIV foram contaminadas pelas mães.
Para elaborar seu estudo, a pesquisadora Regiani Nunes Oliveira visitou sete unidades básicas de saúde da região de Santana, zona norte de São Paulo, e entrevistou 79 gestantes e profissionais dos serviços de pré-natal.
Segundo Oliveira, as gestantes, muitas vezes, fazem o teste de HIV sem saber para quê se destina o exame. Além disso, quando o exame é realizado, o resultado pode demorar até cinco meses para ser entregue, impossibilitando um tratamento mais eficiente.
Das gestantes entrevistadas, 91% fizeram o exame. Destas, apenas duas realizaram voluntariamente e somente 13% receberam o resultado em até um mês após a coleta.
Segundo a pesquisadora, quando a gestante soropositiva recebe o tratamento adequado, o risco de o bebê nascer contaminado cai para 2%.
A transmissão vertical do HIV pode acontecer durante a gestação, pela placenta; no momento do parto, com o contato do bebê com sangue contaminado, ou pelo aleitamento materno.
Por esta razão, acredita a pesquisadora, muitos casos de contaminação poderiam ser evitados se tanto o médico quanto a paciente obtivessem as informações necessárias.
Oliveira ainda defende não só o constante treinamento dos profissionais de saúde, mas também a necessidade da presença de uma equipe multiprofissional, formada por ginecologistas, psicólogos, pediatras e enfermeiros.
Segundo dados do Boletim Epidemiológico do município de São Paulo de 2003, Santana é a quarta região com maior incidência de Aids entre mulheres, perdendo apenas para as áreas da Sé, de Brasilândia e de Cachoeirinha.