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OS RECRUTAS E A PREVENÃÃO

26/03/2004 - O GLOBO

Aids: recrutas são mais vulneráveis

A cada ano, mais jovens brasileiros usam preservativo em todas as relações sexuais. Mas, ao mesmo tempo, um grupo mais vulnerável de ser infectado pelo vírus da Aids ainda não se rendeu ao apelo de dezenas de campanhas de informação. Uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde com 33,8 mil recrutas do Exército em todo o país mostrou que jovens com menor escolaridade, que iniciaram a vida sexual cedo e tiveram diversas parceiras tendem a usar menos o preservativo — justamente aqueles que estariam em maior risco de contrair a doença.

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A pesquisa traça um perfil dos hábitos sexuais dos recrutas: 82% começaram a vida sexual antes dos 14 anos; 19% tiveram mais do que dez parceiras sexuais; 14% disseram que já pagaram para ter relações sexuais; 2,8% admitiram ter tido relações homossexuais; e 3% revelaram que receberam dinheiro ou presentes em troca de sexo.

Em 1997, 38% dos recrutas diziam usar preservativo

O levantamento foi comparado com outro feito no mesmo grupo há sete anos e mostrou avanços. Em 1997, apenas 38% dos recrutas entrevistados diziam usar o preservativo regularmente em todas as relações sexuais. Hoje, 50% deram a mesma resposta. Quase 70% disseram ter usado na última relação.
Ontem, os ministérios da Saúde e da Defesa fizeram um convênio para incrementar o atendimento aos jovens soldados. Os serviços de saúde dos quartéis irão distribuir preservativos aos recrutas e também realizar ações educativas e de prevenção.
O comportamento de risco também diminuiu, de modo geral. No entanto, quanto menor a escolaridade e a renda, maior o risco. Os pesquisadores apontam alguns fatores que fazem o recruta ser mais vulnerável à infecção: ter tido relações homossexuais ou alguma outra doença sexualmente transmissível, mais de dez parceiras e ter cursado menos do que o ensino fundamental completo.
— A pesquisa confirma o que já tínhamos visto em outros trabalhos: o problema da informação se concentra na baixa renda e baixa escolaridade. Reforça a idéia de que precisamos focalizar a prevenção nessa população, que é vulnerável — disse Alexandre Granjeiro, coordenador de DST e Aids do Ministério da Saúde.

Comportamento de risco em relações homossexuais

Especialmente entre os jovens que tiveram relações homossexuais, o comportamento de risco chamou a atenção dos pesquisadores. Dos 27 jovens infectados pelo vírus da Aids encontrados durante a pesquisa, sete tiveram esse tipo de relação. “Não mostraram práticas sexuais seguras, talvez pelo sentimento de perda de vulnerabilidade ou pela pouca ênfase nas campanhas promocionais dirigidas a esse subgrupo nos últimos tempos”, diz o estudo.
A única campanha de alerta para esse público foi feita pelo ministério no ano passado. Outra está sendo estudada para o fim deste ano, mas ainda não está confirmada.
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