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GENÉRICOS SOB INVESTIGAÇÃO

04/06/2004 - Jornal de Brasília

Contratos serão submetidos a um pente-fino da Polícia Federal.

Os contratos envolvendo a compra de medicamentos genéricos, considerados uma das principais realizações da gestão do ex-ministro José Serra, serão submetidos a um pente-fino da Polícia Federal. Investigadores que apuram irregularidades em processos de compras de medicamentos no Ministério da Saúde, têm indícios do envolvimento de pessoas ligadas à chamada máfia do sangue, denunciada a partir da realização da Operação Vampiro, nas aquisições feitas pelo órgão público nos últimos anos.
As suspeitas surgiram após o rastreamento das relações do lobista e empresário Jaisler Jabour de Alvarenga com servidores responsáveis por compras governamentais. Há indícios de que o lobista venha participando de irregularidades em licitações desde 1992, segundo os levantamentos feitos até agora.
Jabour está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília desde o dia 24 de maio, quando se apresentou aos federais. Na terça-feira, data do vencimento de sua prisão temporária, a Justiça Federal decretou sua prisão preventiva juntamente com a de outros dois acusados, Lourenço Rommel Peixoto e Laerte de Arruda Coelho Júnior. Este último foi posto em liberdade no sábado e, desde então está foragido. Seus advogados prometeram à PF que ele se apresentaria ontem, o que não aconteceu até o fechamento desta edição.
Na semana passada, Arruda Coelho tentou sacar R$ 4,5 milhões de suas contas em uma agência bancária em São Paulo. A transação foi interrompida pelo Departamento de Recuperação de Ativos do Ministério da Justiça.
Na terça-feira, horas antes de ter decretada sua prisão preventiva, ele tentou realizar um novo saque no valor de R$ 840 mil por meio de transferência eletrônica. Mais uma vez, a transação não foi completada.
Os investigadores afirmam encontrar dificuldades de rastrear todos os seus bens. Até agora, só foram localizados os chamados "bens visíveis". Os demais estão em nome de laranjas. Arruda Coelho possui condenação por envolvimento em fraudes e sonegação de impostos. Seu advogado, Joaquim Basílio, protocolou ontem um novo pedido de habeas corpus, no Tribunal Regional Federal.