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USO DE PRESERVATIVO

16/06/2004 - Agência Aids

Pesquisa mostra que metade dos homossexuais de Brasília não usa

Reportagem do Jornal de Brasília desta quarta-feira mostra que metade dos homossexuais do Distrito Federal não costuma usar camisinha em relações ocasionais. Esse resultado foi constatado por uma pesquisa que definiu o perfil socioeconômico dos homossexuais brasilienses. O estudo, realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Gerência de Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS, a Secretaria de Saúde do DF e a UnB, registrou também dados sobre prevenção das doenças sexualmente transmissíveis.
A pesquisa foi feita com a população homossexual masculina que freqüenta estabelecimentos GLS como discotecas, bares, cafés e saunas. No total, foram entrevistados 465 homens com idade média de 27 anos, sendo 60% residentes no Plano Piloto e 40% nas cidades e Entorno, mais precisamente no Gama e em Taguatinga.
O professor de epidemiologia da UnB e membro do Núcleo de Estudos de Saúde Pública da universidade, Edgard Mercham Hamann, coordenador da pesquisa, diz que o estudo mostrou outros pontos preocupantes. Ele ressalta, por exemplo, que 52,10% dos entrevistados fazem sexo anal sem ejaculação e sem preservativo por achar que não correm risco de contaminação. "Esta é uma idéia equivocada, pois o risco está associado também à ejaculação", diz.
Já o presidente da "Estruturação", grupo homossexual de Brasília, Welton Trindade, diz que os números da pesquisa não retratam a verdadeira realidade da sociedade gay. "As perguntas da pesquisa não foram conduzidas da forma certa, pois não levaram em conta os homossexuais que estão vivendo uma relação fixa e, portanto, não precisavam estar carregando camisinhas. Dentro desse percentual de 45,2% que não tinha preservativo na hora da entrevista, devem ter muitos casais que possuem um único parceiro, sendo, assim, uma relação segura", lembra Welton, organizador da Parada Gay que será realizada domingo, na Esplanada.