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XV CONFERÃNCIA INTERNACIONAL DE AIDS

01/08/2004 - Agência Aids

Especialistas afirmam: foi fraca na àrea científica

A XV Conferência Internacional de Aids, que aconteceu em julho na Tailândia, deixou muito a desejar na área científica. Esta é a avaliação dos médicos consultados pela Agência de Notícias da Aids , de uma alta funcionária do Programa Conjunto das Nações Unidas em HIV/AIDS (UNAIDS) e da equipe que representou a Agência Nacional de Pesquisas Científicas (ANRS), da França, na reunião. Todos são da opinião de que a Conferência foi importante do ponto de vista político e social, mas fraca no que tange as novidades científicas. Entre os trabalhos apresentados no evento, o coordenador do Programa Estadual de DST/AIDS de São Paulo, Dr. Artur Kalichman, destaca o estudo do diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, Anthony Fauci. O estudo apresentado demonstrou que, além de infectar as células do sistema imunológico, o vírus HIV também provoca alterações no sistema, o que contribui para infectar novas células. De acordo com a pesquisa, a terapia anti-retroviral não só impede que o vírus se multiplique, mas também modula o funcionamento do sistema imunológico.

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Uma equipe do Centro de Referência e Treinamento, da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (CRT/SP), liderada pelo Dr. Kalichman, apresentou na Conferência um trabalho de avaliação da sobrevida dos pacientes atendidos pela instituição. O estudo avaliou 3,6 mil pacientes de Aids adultos, que começaram a procurar o CRT/SP entre 1992 e 1998 e estavam sendo acompanhados entre 1992 e 2003. De acordo com o Dr. Kalichman, observou-se que, a partir de 1997, todos os pacientes passaram a viver mais, em virtude do amplo acesso à terapia anti-retroviral. Notou-se ainda que, daqueles que se contaminaram por via sexual, 70% ainda estavam vivos cinco anos depois. Por outro lado, entre os que foram infectados por causa do uso de droga injetável, este índice caiu para 50%. O diretor do Programa Estadual de DST/AIDS explica que isto acontece porque os usuários de droga injetável (UDI) fazem o diagnóstico mais tarde e costumam freqüentar menos o CRT e ter menos adesão ao tratamento. “O nível de escolaridade é mais baixo entre este segmento, eles estão mais excluídos do ponto de vista social”, acrescenta. O Dr. Kalichman explica que a partir dos resultados da pesquisa, o CRT/SP pretende agora aumentar os esforços para que os UDI façam o diagnóstico mais cedo e melhorar a relação entre eles e o Centro. Este segmento, no entanto, ainda é minoritário entre os usuários do CRT/SP. De acordo com o diretor, o trabalho foi bem recebido na Conferência.
Segundo ele, também não houve nenhuma novidade no que diz respeito às pesquisas sobre vacinas. O CRT/SP, lembra, está trabalhando em um estudo internacional para se encontrar uma vacina contra a Aids e a instituição está diretamente interessada em estudos científicos sobre o tema. No momento, o órgão busca 18 voluntários que sejam saudáveis, HIV negativos e se enquadrem na faixa etária de 18 a 50 anos. Os interessados devem procurar a instituição.
A Dra. Marinella Della Negra, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e encarregada da segunda unidade de Infectologia do Hospital Emílio Ribas, é da mesma opinião de seu colega. Para ela, os aspectos políticos e sociais da XV Conferência Internacional de Aids na Tailândia foram muito importantes, mas a parte científica foi negligenciada. A seu ver, isto já vem ocorrendo em outras conferências internacionais e é bastante negativo. Uma equipe do Hospital Emílio Ribas, liderada pela Dra. Della Negra, apresentou um trabalho sobre hepatite C na população infantil. A pesquisa tomou como base 170 crianças entre zero e 13 anos. Foi estudada a taxa de transmissão materno-infantil do vírus HCV, que causa a hepatite C, tomando como base mães co-infectadas por HIV e HCV. Constatou-se que, entre a população estudada, esta taxa foi de 6,5%. A pesquisa foi bem recebida, mas a Dra. Della Negra lamenta o fato de terem sido apresentados poucos trabalhos sobre a epidemia entre a população infantil.
A diretora do Departamento de Mobilização Social e Informação do UNAIDS, Purnima Mane, também é da opinião de que a área de vacinas não recebeu o devido destaque na Conferência de Bangcoc. Já a equipe do CNRS, da França, ficou bastante decepcionada com a parte científica da XV Conferência Internacional de Aids. De acordo com as informações divulgadas no site que a instituição manteve durante o evento (www.france-sida-bangkok.net), houve poucas novidades terapêuticas.

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