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A FALTA DE INFORMAÇÃO NA CHINA

10/08/2004 - EFE

Só 8,7% dos chineses estão bem informados sobre a Aids

Apenas 8,7% da população chinesa conhece os meios de transmissão da Aids e sabe como se proteger dela, segundo um estudo independente publicado nesta segunda-feira (09/08), pela imprensa local.
Uma pesquisa realizada entre os habitantes de sete grandes, médias e pequenas cidades e povoados do país demonstra que o conhecimento sobre a doença é "muito limitado" e que parte dos cidadãos nunca sequer ouviu falar dela.
O estudo, dividido em duas partes, perguntava aos cidadãos se a Aids é transmitida de mães para filhos, por transfusão de sangue ou pelo compartilhamento de uma mesa num restaurante, informa o "Diário da China".
Além disso, a sondagem aferia os conhecimentos a respeito dos métodos de redução dos riscos de contaminação, como a abstinência sexual e a utilização de preservativos.
De acordo com os resultados, 25,6% dos entrevistados souberam identificar os meios de transmissão da doença e 21,4% souberam como evitar o contágio. No entanto, apenas 8,7% dos que participaram da pesquisa responderam corretamente a todas as perguntas.
Ainda segundo o estudo, 17% dos cidadãos de grandes cidades disseram que o preservativo protege da Aids, porcentagem que caiu, respectivamente, para 11,4% e 5,8% nas pequenas cidades e povoados.
Os habitantes de povoados rurais são os que menos conhecimento têm do vírus: 24,9% deles nunca tinham ouvido falar da doença.
A sondagem revela ainda o crescente preconceito dos chineses em relação aos doentes de Aids, uma atitude provocada pelo crescente medo do vírus e pela falta de um conhecimento profundo sobre suas formas de transmissão e prevenção.
O estigma social contra os doentes faz com que 57,2% e 63% dos habitantes de metrópoles e pequenas cidades, respectivamente, prefiram manter em segredo a condição de portador de algum membro da família, ao passo que 50% cuidariam de seus familiares doentes.

Combate
A Aids se propagou rapidamente na China devido à recusa das autoridades de enfrentar o problema desde o princípio. Embora oficialmente o vírus afete apenas 840 mil pessoas, o governo de Pequim começou a adotar medidas contra o que pode se tornar uma epidemia, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Campanhas de informação, testes gratuitos e anônimos e distribuição gratuita de preservativos para os portadores do HIV são algumas das medidas de Pequim, queb no entantob tenta controlar os ativistas que exigem maior implicação do Estado no problema.

Ativista
Hoje, uma ativista de Pequim, Wan Yanhai, denunciou a detenção de outro defensor das vítimas da Aids, Li Dan, enquanto estava na província de Henan, onde dezenas de milhares de camponeses contraíram o vírus da Aids ao vender seu sangue a centros médicos itinerantes com poucas condições higiênicas.
"Levaram-no sem uma ordem de detenção e sem nenhum documento oficial. Considero isso um seqüestro", disse Wan, segundo o jornal "South China Morning Post".
Os ativistas dizem que os centros de compra e venda de sangue em Henan tinham a autorização do governo local. Mas até o momento ninguém assumiu a responsabilidade pelo caso, embora as autoridades tenham aceito dar tratamento gratuito a estes doentes, após vários anos de protestos.