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PESQUISA DA UERJ

23/08/2004 - Agência Aids

A incidência de câncer em portadores do HIV/AIDS

O Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), divulgou o resultado de uma pesquisa feita com pacientes portadores do HIV, que desenvolveram algum tipo de câncer. O estudo, realizado entre 1985 e 2003, acompanhou 87 pacientes, sendo 80 homens e 7 mulheres. A pesquisa foi coordenada pela Dra. Dirce Bonfim, chefe do Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário Pedro Ernesto da UERJ.
O trabalho teve por objetivo revisar os casos de câncer associados à Aids acompanhados pelo Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário Pedro Ernesto, para saber os tipos de câncer mais comuns e a relação com o uso dos anti-retrovirais.
Os casos de câncer com maior incidência entre os portadores do HIV, tanto nos homens quanto nas mulheres, foram o Sarcoma de Kaposi (que afeta as paredes dos vasos linfáticos, podendo desenvolver-se em diferentes regiões do corpo ao mesmo tempo) e o Linfoma Não-Hodgkin (um tumor que resulta da multiplicação descontrolada de células derivadas de linfócitos T ou B).
A pesquisa constatou que o uso de anti-retrovirais alterou, significativamente, a sobrevida do portador do HIV com câncer. Usando regularmente os medicamentos para Aids os pacientes conseguiram aumentar a média de vida em mais de 400%.
Beto Volpe, 42 anos, é portador do HIV há mais de 10 anos. Em abril de 2003, descobriu que estava com Linfoma de Hodgkin no fígado, baço, medula e em outros órgãos. Após 14 sessões de quimioterapia, vinte injeções na barriga e mais de mil comprimidos por mês, Volpe venceu a luta contra o câncer. Segundo o oncologista que o tratou, ele tinha 5% de chance de sobreviver, devido a gravidade de seu quadro.