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I CONGRESSO BRASILEIRO DE AIDS

23/08/2004 - Agência Aids

Vai reunir médicos, pesquisadores e sociedade civil

A cidade de Recife recebe a partir do próximo domingo, 29, três eventos interativos sobre a temática doenças sexualmente transmissíveis e Aids. O I Congresso Brasileiro de Aids integrou-se ao V Congresso Brasileiro de Prevenção em DST/AIDS (SBDST) e ao V Congresso da Sociedade Brasileira de DST. Juntos pela primeira vez, os congressos vão contar com uma participação expositiva da sociedade civil organizada. Entre os temas principais, estarão as populações vulneráveis e de difícil acesso; assistência prestada aos portadores do HIV e a importância de se tratar todas as DST.
O Congresso Brasileiro de Prevenção em DST/AIDS é promovido pelo Programa Nacional de DST/AIDS desde 1996. O tema do primeiro, que aconteceu em Salvador, foi a situação da epidemia entre as mulheres. Desde então, o Congresso vem se consolidando como um espaço de discussão sobre prevenção não apenas no Brasil, mas também na América Latina. Em 1997, foi realizado o segundo encontro em Brasília , onde o tema foi Adolescentes e Aids. Em 1999, no Rio de Janeiro, 2.400 pessoas discutiram o avanço da epidemia entre as populações em situação de pobreza.
O IV Congresso Brasileiro de Prevenção em DST/AIDS aconteceu em Cuiabá, em 2001, e a pauta de discussão foi a descentralização e a sustentabilidade das ações de prevenção no país. O V Congresso estava previsto para acontecer em 2003, porém, para não coincidir com a Conferência Nacional de Saúde, foi adiado para este ano.
A união dos três congressos possibilitou com que mais temas sejam abordados e por mais especialistas. Portanto, os quatro dias de encontro vão explorar a vulnerabilidade de gênero, raça, etnia e orientação sexual para as DST/AIDS, e as propostas de atenção básica a esses segmentos populacionais.
Segundo a Presidente do Congresso Brasileiro de Prevenção em DST/AIDS, Dra. Maria Luiza Bezerra Menezes, ao integrar os eventos, as doenças sexualmente transmissíveis menos conhecidas ganharão notoriedade. “É necessário destacar todas as DST, pois o governo não conseguiu conter a epidemia de muitas delas”, afirmou.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera as DST um dos problemas de saúde mais comuns. Nos países em desenvolvimento, estão entre as cinco principais causas de procura por serviços de saúde. O órgão estima que, na América Latina, de 7% a 14% da população sexualmente ativa (15 a 49 anos) teria uma DST curável. No entanto, muitas delas são graves e podem causar disfunções sexuais, esterilidade, aborto, nascimento de bebês prematuros com problemas de saúde, deficiência física ou mental, alguns tipos de câncer e até a morte. Uma pessoa com DST tem mais chance de pegar outras DST, inclusive a Aids. “Daí a importância de juntar os congressos, pois a discussão vai além da infecção pelo HIV, comentou Menezes.
Já a programação científica irá contemplar as principais questões associadas à assistência e prevenção das DST/HIV/AIDS e possibilitará a troca de experiências nacionais e internacionais das áreas governamentais, científicas e das organizações não governamentais.
A ONG Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA), do Rio de Janeiro, participou efetivamente na articulação entre a sociedade civil organizada e a comissão organizadora dos congressos. Para o coordenador geral da ABIA Veriano Terto Jr., a iniciativa valoriza o opinião e o trabalho das ONG/AIDS perante ao meio científico. “Nossa participação vai desde palestras no âmbito científico até exposições sobre o ativismo pela causa da Aids”, explicou.
Terto Jr., responsável pela apresentação da palestra Impacrto Social da Aids e o Desafio da Inclusão Social, acredita que além do enfoque destinado às DST, o encontro vai discutir os avanços do combate à Aids no Brasil, as possibilidades para manter a qualidade dos serviços de saúde e as estratégias para atender mais portadores do HIV/AIDS.

Acesse a programação completa no site:
http://www.congressodstaids2004.com.br/