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BENIFÃCIO CLÃNICO MESMO COM VIREMIA

23/09/2004 - www.hiv.org.br

Estudo norte-americano em pacientes hiv+

Em um estudo recentemente conduzido por pesquisadores norte-americanos, demonstrou-se que indivíduos HIV+ com viremia persistente, porém modesta (ou seja, entre 400 cópias/ml e 20.000 cópias/ml) não apresentam um maior risco de progressão ou óbito do que pacientes com carga viral abaixo de 400 cópias/ml. Entretanto, pacientes com carga viral acima de 20.000 cópias/ml apresentavam um risco significativamente mais alto de óbito ou de desenvolver novas infecções oportunistas associadas a AIDS. Nesse estudo, cerca de 3.000 pacientes foram avaliados durante 4,3 anos e estratificados em 3 grupos de acordo com a carga viral após seis meses de tratamento. Após o ajuste de algumas variáveis, demonstrou-se que entre 6% dos pacientes com viremia abaixo de 400 cópias/ml e 7% do grupo com valores entre 400 cópias/ml e 20.000 cópias/ml morreram, enquanto que 26% dos indivíduos com carga viral acima de 20.000 cópias/ml foram a óbito no período (RR= 3,3). Quando os investigadores avaliaram a evolução da contagem de células T-CD4+ durante o primeiro ano, observou-se um aumento mediano de 75 células/mm3 no grupo com carga viral abaixo de 400 cópias/ml, aumento de 13 células/mm3 no grupo com carga viral entre 400-20.000 cópias/ml, enquanto que no grupo com carga viral acima de 20.000 cópias/ml houve uma redução mediana de 23 células/mm3. Os Autores concluíram afirmando que os dados sugerem que a manutenção de uma viremia moderada pode conferir benefícios clínicos que não foram vistos em pacientes com carga viral acima de 20.000 cópias/ml . Esse estudo fornece importantes informações que podem ser usadas para determinar a melhor estratégia no tratamento do HIV. Embora uma viremia persistente possa promover o desenvolvimento de mutações indicativa de resistência clinicamente significante, um tratamento que promova uma supressão virológica parcial ainda pode oferecer benefícios clínicos e imunológicos aos pacientes.