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ONGS DENUNCIAM ESTADO

22/10/2004 - JORNAL DO ESTADO (PR)

Aplicação de verbas contra Aids no Paraná

O Fórum Paranaense de Organizações Não-Governamentais de Aids, denuncia que o governo do Estado não está utilizando recursos federais destinados a programas de combate e prevenção à doença. Segundo denúncia feita pela Entidade e encaminhada ao Ministério Público, o governo estadual deixou de aplicar R$ 1,5 milhão em ações de enfrentamento da epidemia de HIV-Aids.
De acordo com a Coordenadora Geral do Fórum, Megume Tokudome, o Paraná recebeu do governo federal, em 2004, R$ 1.997.190,68, valor que teria sido estipulado no Plano de Ações e Metas (PAM) em conjunto com a sociedade. Mas, de acordo com ela, menos de 25% do valor foi aplicado. “Isso é um absurdo. Esse dinheiro usado como deveria poderia mudar a realidade de muitas pessoas”, afirma.
Segundo Megume, não há motivos para o governo estadual deixar de fazer o investimento, pois existem muitos problemas na área. Para ela, existe falta de sensibilização por parte da Secretaria de Saúde. “Quem sai perdendo é a população. Muitas pessoas podem ser infectadas por falta de programas preventivos, por falta de utilização dos recursos”, analisa.
De acordo com Megume, muitos hospitais que tratam os pacientes com Aids estão trabalhando com equipamentos sucateados. Além disso, muitas unidades tem problemas de falta de medicamentos e outros materiais. “Se os técnicos deles não sabem onde aplicar o dinheiro, basta consultar a sociedade, as ONGs e nós teríamos uma destinação dos recursos”, relata.
Megume ainda afirma que, além de não usar os recursos deste ano, o governo estadual não está preparando o novo PAM para 2005, e corre o risco de não ter o repasse no próximo ano. “O PAM está atrasado há quatro meses. Nós tentamos contado com o governo e não temos resposta”, diz.
A Secretaria de Saúde rebate informando que parte dos recursos foram economizados e poderão ser usados no ano que vem. Além disso, quanto ao PAM 2005, a assessoria de imprensa da secretaria comunicou que o atraso existe porque as ONGs não aprovaramo projeto.