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26/10/2004 - Agência Aids

Mostra Internacional de Cinema fala sobre Aids

A convite do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (IFAD), associação humanitária mantida pela Organização das Nações Unidas (ONU), o diretor iraniano Abbas Kiarostami filmou o cotidiano de centenas de crianças e adolescentes que perderam seus pais vítimas da Aids em Kampala, em Uganda. A filmagem rendeu o documentário ABC África, que será exibido na 28ª Mostra BR Internacional de Cinema em São Paulo.
O filme rendeu algumas experiências inéditas na vida do consagrado diretor Abbas Kiarostami. Pela primeira vez ele filmou fora do Irã e utilizou câmeras e tecnologia digitais. O diretor viu ainda modificada toda a visão que tinha da África. Segundo depoimento enviado à organização da Mostra, Kiarostami destaca que não tinha nenhum conhecimento sobre o continente africano além daquele que recebia pela mídia. “Devo acrescentar que esse conhecimento foi totalmente transformado depois dessa experiência”, afirmou o cineasta.
Durante dez dias, Kiarostami conviveu na Uganda Women’s Effort to Save Orphans (Uweso), uma associação de mulheres ugandenses que trabalha para a salvação de centenas de milhares de órfãos da Aids no país.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,6 milhão de crianças perderam os país por causa da Aids em Uganda.

ATIVISTA LAMENTA A POUCA PRODUÇÃO DE FILMES SOBRE A AIDS

O integrante do Grupo Pella Vida, organização não governamental que atende pessoas vivendo e convivendo com HIV/AIDS, na cidade de São Paulo, Mário Scheffer, acredita que a opção de exibir apenas um filme sobre a Aids na Mostra Internacional de Cinema é o resultado das poucas produções sobre o tema.
Segundo Scheffer, que coordenou recentemente o Cinema Mostra Aids - exibição com 17 filmes sobre a epidemia, afirmou que a produção mundial cinematográfica nunca deu a devida atenção à doença. “Já tivemos mais filmes, mas penso que não o suficiente para divulgar o impacto que a Aids proporcionou para todo o mundo.”