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PACIENTES HIV+ EM UGANDA

01/11/2004 - www.hiv.org.br

Sulfas melhoram sobrevida, contagem CD4 e Carga Viral

O uso diário de co-trimoxazol (associação de sulfametoxazol com trimetoprima) em pessoas HIV+ reduziu de forma significativa a ocorrência de mortes, hospitalizações, taxas de malária e diarréia em uma coorte de 509 pacientes infectados com o HIV em Uganda. Esse estudo conduzido por pesquisadores dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, EUA) também mostrou que o declínio da contagem de células T-CD4+ foi mais lento quando os pacientes fizeram uso de sulfas. A taxa de óbitos foi 46% menor durante o período de 5 meses de uso de co-trimoxazol, mesmo entre pacientes com contagem basal de células T-CD4+ menor que 200 células/mm3 ou com doença sintomática (estágios clínicos 3 e 4 na classificação adotada pela OMS). As taxas de malária também foram reduzidas em 72% e a parasitemia caiu cerca de 78%. Relatos de episódios de diarréia e hospitalizações foram 35% e 30% menores quando em uso de co-trimoxazol, respectivamente. Segundo os pesquisadores, a adesão ao medicamento foi elevada (90%) e a tolerância muito boa (somente 1 caso de reação mucocutânea grave durante o estudo). Do ponto de vista imunovirológico, a redução da contagem de células T-CD4+ foi significativamente mais lenta no período de uso de sulfas (203/mm3 por ano antes versus 77/mm3 por ano durante o uso de sulfas), e o aumento da carga viral menos acentuado (0,9 log por ano versus 0,08 log por ano). Os Autores concluem afirmando que o uso de co-trimoxazol em todos os pacientes HIV+ é uma estratégia de baixo custo, efetiva, amplamente disponível e relativamente pouco tóxica, que deve ser considerada como um componente básico da abordagem terapêutica do HIV/AIDS na África.

Por: Marco Vitoria