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FALTA DE MEDICAMENTOS ANTI-AIDS

09/11/2004 - Agência Aids

Pacientes denunciam falta em São Paulo


Os anti-retrovirais Biovir, Saquinavir e Atazanavir estão em falta no Centro de Referência e Treinamento em Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (CRT – DST/AIDS) do Estado de São Paulo, segundo pacientes da unidade. No entanto, a Coordenação Estadual de DST/AIDS, responsável pela distribuição dos medicamentos, informa que o único remédio atualmente não disponível no local é o Saquinavir em gel, que foi liberado pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira, 5, e poderá ser distribuído a partir deste sábado.
Na última quarta-feira, 3, o paciente do CRT – DST/AIDS João Gonçalves esteve na unidade especializada para retirar o anti-retroviral Biovir, mas não obteve êxito. Gonçalves foi informado que o remédio estava em falta, porém a combinação do AZT mais 3 TC seria colocado a disposição com o intuito de substituir o Biovir. “O aumento de dois comprimidos para seis me confunde”, destacou o paciente que passou a ingerir mais pílulas após a substiuição da medicação. Além de mudar a dosagem do remédio, Gonçaves recebeu uma quantidade suficiente para apenas 15 dias de tratamento, sendo que o normal seria para um mês.
De acordo com o Coordenador do Programa Estadual de DST/AIDS de São Paulo, Artur Kalichman, os remédios estão sendo entregues de forma fracionada para garantir que todos vão recebê-los. “A falta dos remédios Biovir e Atazanavir não procede. O único problema detectado foi com o Saquinavir em gel, mas ele já estará no CRT-DST/AIDS a partir de amanhã”, acrescentou.
A Assessoria de Comunicação do Programa Nacional de DST/AIDS, órgão responsável pela distribuição dos anti-retrovirais às coordenações estaduais, informou que os repasses são feitos conforme os pedidos dos locais.

Movimento Social critica falta de medicamentos

O presidente do Grupo de Incentivo à Vida, uma das organizações não governamentais mais atuantes em São Paulo, Gil Casimiro, critica a situação do CRT-DST/AIDS. Para o ativista, embora o Programa Nacional de DST/AIDS seja o responsável pela distribuição dos anti-retrovirais, cabe ao Estado repassar ao órgão federal a planilha com a previsão de uso dos medicamentos. “Esse discurso de que o problema é do governo federal não é explicação para a falta de medicamentos. Se faltou, é um problema de gestão e administração de São Paulo”, afirmou.
Segundo Casimiro, a ausência de medicamentos é constante no Estado. “Todo mês atrasa algum remédio ou teste. Mas infelizmente, a Aids não tira férias. Temos que tomar os remédios para sempre”, explicou.