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O TRATAMENTO DA LIPODISTROFIA

06/12/2004 - Prog. Nac. de Aids

Portadores do HIV terão acesso gratuito a oito procedimentos

Ministério da Saúde incluirá na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS)
oito novos procedimentos indicados para portadores do vírus HIV que sofrem
com a lipodistrofia. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (2/12) pelo
ministro Humberto Costa, em evento do Dia Mundial de Combate à Aids, no
Palácio do Planalto, em Brasília. Os soropositovos que tomam os medicamentos
anti-retrovirais, usados no tratamento da doença, são as únicas vítimas da
síndrome, que provoca acúmulo ou perda de gordura em áreas específicas do
corpo.
A portaria 2.582, que autoriza a inclusão dos novos procedimentos, deverá
ser publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (3/12).
Todos as novas intervenções são cirurgias estéticas e reparadoras, de
pequeno e médio portes. De acordo com a portaria, a indicação dos
procedimentos seguirá recomendações definidas pelo Programa Nacional de DST
e Aids. O documento também estabelece prazo de 60 dias para elaborar
protocolos de indicação das cirurgias e formulários de preenchimento
obrigatório, que serão anexados ao prontuário médico dos pacientes. Os novos
procedimentos são:

1. Lipoaspiração de giba (gordura acumulada na base do pescoço, que
deixa os pacientes corcundas).
2. Lipoaspiração da parede abdominal.
3. Redução mamária.
4. Tratamento da ginecomastia.
5. Lipoenxertia (enxerto de gordura) de glúteo.
6. Reconstrução glútea.
7. Preenchimento facial com tecido gorduroso.
8. Preenchimento facial com polimetil.

Complicações - Muitos efeitos da lipodistrofia são irreversíveis. As
alterações anatômicas decorrentes do uso dos anti-retrovirais podem afetar o
funcionamento de músculo-esquelético, além de causarem escaras e problemas
na coluna cervical. Além de alterações metabólicas, como aumento do
colesterol e dos triglicérideos e o surgimento do diabetes tipo 2. Os
pacientes também sofrem com distúrbios emocionais e psiquiátricos, que
provocam perda da auto-estima, problemas familiares, exclusão social e, o
que é mais grave, abandono do tratamento, que leva ao agravamento da doença.
Alguns efeitos anatômicos (ou corporais) da lipodistrofia são irreversíveis.
O aumento da gordura central - tanto no abdome, quanto na base do pescoço
(giba) - pode acarretar dores musculares, cervicalgias e lombalgias. A
diminuição da gordura periférica (atrofia de braços e pernas e nádegas) pode
ser intensamente pronunciada, levando à formação de escaras na região das
nádegas.
Todas essas mudanças, fisicamente visíveis, acarretam diminuição ou perda da
auto-estima, exclusão social e dificuldades no relacionamento familiar. Por
conta disso, os pacientes sofrem com distúrbios psicológicos ou
psiquiátricos que contribuem para o abandono ao tratamento.
Não menos relevantes são as alterações metabólicas, como aumento do
colesterol e dos triglicérideos e o surgimento do diabetes tipo 2. O
controle do diabetes, especificamente, muitas vezes é comprometido pela
dificuldade em se prescrever tratamentos menos tóxicos, porém capazes de
evitar a replicação do vírus HIV nesses pacientes.
Causas - Quando os primeiros casos de lipodistrofia surgiram, em meados da
década de 90, os especialistas achavam que a manifestação era um efeito
colateral dos inibidores da protease. Hoje, porém, sabe-se que a idade
avançada, o HIV e outros medicamentos utilizados para o tratamento de aids
também contribuem para o aparecimento e o agravamento da síndrome.
Os primeiros casos relatados foram de acúmulo de gordura na região do
abdome, alargamento da região posterior do pescoço e, nas mulheres, aumento
do volume das mamas. Depois, foram descritos casos de perda de gordura na
face, nas nádegas, nos braços e nas pernas, causando enrugamento da face
(envelhecimento precoce). Afinamento dos membros superiores e inferiores e
visualização de músculos e vasos sangüíneos superficiais também são
manifestações clínicas da síndrome.