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A AIDS ENTRE MENINAS E ADOLESCENTES

10/12/2004 - Agência Brasil

Cresce o nº de meninas e adolescentes com Aids no Brasil

O número de meninas e adolescentes brasileiras infectadas pelo vírus HIV aumento em 2003, segundo o relatório "Situação Mundial da Infância 2005 - Infância Ameaçada" divulgado nesta quinta-feira (9/12) pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
O relatório aponta que, em 2003, a taxa de incidência por cem mil habitantes foi de 1,6 para os meninos e de 2,1 para as meninas na faixa etária de 13 a 19 anos.
De acordo com a representante do Unicef no Brasil, Marie Pierre Poirier, em 1995 a proporção era de 24 homens infectados pelo HIV para cada mulher portadora do vírus, essa relação hoje é de dois homens para cada mulher.
"Estamos a ver uma epidemia generalizada, com representação cada dia maior das mulheres. Em termos de vulnerabilidade, podemos dizer que, no Brasil, a Aids tem cara de mulher e de mulher adolescente", disse.
Segundo Marie, dos 17.400 casos notificados entre crianças e adolescentes, mais de 8.000 são de crianças com menos de cinco anos.

Gravidez
Dados divulgados no relatório apontam que 48% das infecções de Aids entre crianças e adolescentes é causada por transmissão vertical, ou seja, ocorre durante a gravidez, na hora do parto ou durante o aleitamento materno.
"O que é positivo é que o número de mães grávidas infectadas está diminuindo, graças ao dinamismo do programa nacional de luta contra a Aids do Brasil", disse Marie, ao informar que o número de casos de transmissão vertical detectados no Brasil caiu de 812, em 2000, para 519, no ano passado.
Ela destacou os esforços do governo brasileiro para reduzir a transmissão vertical da doença. "As metas do programa nacional, que hoje detecta, trata e cuida de 50% das mulheres grávidas, são de chegar a 75% em 2005 e 100%, em 2006", disse.
De acordo com o relatório, em todo o mundo, 15 milhões de crianças ficaram órfãs devido à Aids até o final de 2003. Oito em cada dez dessas crianças vivem na África, ao sul do Saara. O documento diz que se não forem tomadas providências rápidas e decisivas para deter a propagação da doença, estima-se que até 2010 mais de 18 milhões de crianças africanas terão perdido os pais devido à doença.