VACINAS CONTRA HIV/AIDS
Uma Atualização

Dossiê Vacinas - Número 01 - Abril de 1992
O ceticismo inicial a propósito da produção de vacinas para pessoas não infectadas e infectadas pelo HIV / AIDS cedeu lugar a um otimismo prudente.

No momento, existem, no mínimo 14 vacinas em vários estágios de experiências clínicas humanas.

Nenhuma destas experiências de vacinas HIV em andamento ainda reportou efeitos do lado tóxico; existem indicações em estudo de animais e em dados preliminares de testes humanos de que algumas vacinas podem ajudar no aumento de anticorpos e, mais significativamente, podem aumentar o número de células T4.

Existem dois tipos principais de vacinas. O primeiro deles é dedicado à prevenção (prevenindo a infecção pelo HIV em pessoas soronegativas). O outro é curativo e revigorante em essência (detendo a reprodução do vírus e melhorando o sistema imunológico daqueles que estão infectados). Outra área de desenvolvimento da vacina será a proteção de transmissão perinatal da mãe infectada para o feto.

Atualmente, as vacinas terapêuticas apresentam mais êxito que aquelas para prevenir infecções primárias. Uma vacina para prevenir infecções primárias demorará mais para ser analisada devido às dificuldades em estabelecer a eficácia e o longo período em estado latente do HIV.

Em outras palavras, o sucesso ou fracasso de uma vacina é evidente de forma mais imediata naqueles que já estão infectados.

Muitos estudos localizaram efeitos reduzidos das vacinas terapêuticas em pessoas que já tinham ARC (Complexo Relacionado à AIDS) ou AIDS.

Contudo, espera-se que as vacinas terapêuticas em combinação com anti-retrovirais como o AZT, DDI ou DDC com alfa interferon possam ajudar em todos os estágios da progressão da doença.

Existem cerca de trinta tentativas possíveis para o desenvolvimento de uma vacina segura e efetiva contra o HIV. Alguns usam um conjunto de vírus HIV; outros usam uma tentativa “recombinante” que isola uma porção ou subunidade do HIV da superfície exterior (o envelope) ou o núcleo do vírus por engenharia genética.

Uma tentativa relacionada faz uso de “vírus como partícula” que são criados sinteticamente em laboratório.

Junto com estes avanços, os cientistas estão encontrando obstáculos no acesso a suas vacinas. Há em alguns a preocupação de que as vacinas, usando um único vírus, possam infectar um não-infectado, podendo um único vírus escapar através do processo de purificação.

Naqueles em que o sistema imunológico já esteja comprometido, elevando a imunidade pode-se elevar a reprodução do HIV, ao invés de suprimi-la. Finalmente dado que o HIV transforma-se tão rapidamente, a vacina pode objetivar uma série ampla de variedades de HIV.


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